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O que é reflorestamento?

Devido à intensa degradação ambiental, algumas florestas não conseguem mais se recuperar naturalmente e então uma opção é o reflorestamento

O reflorestamento intencional envolve o plantio e manutenção de vegetação em áreas que tenham sido previamente degradadas ou destruídas e, de acordo com a finalidade do plantio, determinadas espécies são escolhidas. O reflorestamento pode ocorrer por motivos legais, para captação de gás carbônico, para tentar recuperar o ecossistema original com mudas nativas, para fins comerciais com mudas de crescimento rápido, para interesses sociais (como obtenção de alimentos, contenção de encostas) ou simplesmente para minimização da pegada ambiental de pessoas, empresas ou instituições.

Existem termos distintos para plantio de árvores em áreas degradadas: o reflorestamento e florestamento. Há algumas definições para esses termos, mas a diferença entre eles é basicamente o uso prévio do solo:
Florestamento significa o plantio em áreas onde, historicamente, não havia floresta;
Reflorestamento é o plantio em áreas em que, historicamente, havia vegetação, mas que foram convertidas pelo ser humano para outros usos.
Em alguns casos, a vegetação consegue se regenerar sozinha, em processos naturais. Entretanto, a maioria dos ecossistemas são tão degradados e desgastados que eles sozinhos não são capazes de se recuperar. Grandes construções, como hidrelétricas, rodovias, mineração, agricultura intensiva, pecuária, expansão urbana, exploração de madeira, resultam em grandes taxas de degradação ambiental e na destruição dos serviços ecossistêmicos.
Para se ter uma ideia do tamanho do problema, o Brasil foi o país que mais perdeu áreas de floresta entre 2010 e 2015 no mundo, cerca de 984 mil hectares por ano segundo relatório da ONU! E, para piorar, grande parte do desmatamento é realizado por meio de queimadas, que são um dos maiores motivos de emissão de gás carbônico e material particulado no país. Cerca de 75% das nossas emissões de CO2 vêm do desmatamento e de queimadas, que liberam o carbono acumulado na biomassa das árvores.

As florestas trazem diversos benefícios, entre eles a captação de CO2 da atmosfera através da fotossíntese, recuperação de uma área degradada e aumento da qualidade do solo, evitando erosão, diminuição do escoamento superficial, desregulação climática, entre outros.
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Bom, mas quais os tipos de reflorestamento que existem? Essencialmente, existe o reflorestamento para fins comerciais (florestas plantadas) e o reflorestamento para fins ecológicos (mata nativa). Essas práticas geram uma discussão antiga e polêmica onde de um lado estão os defensores das monoculturas de eucalipto e do outro quem apoia o reflorestamento com vegetação nativa. Entenda melhor esse embate na matéria: "Reflorestamento: mata nativa ou florestas plantadas?".
Florestas para fins comerciais
A prática de reflorestamento não é nova, o primeiro Código Florestal foi lançado em 1934 devido às grandes áreas desmatadas para obtenção de madeira. Mas foi apenas com o Código Florestal seguinte, de 1965, que houve realmente uma mudança o manejo das florestas. Foi nessa época, de 1965 a 1988, que o poder público começou a estimular o reflorestamento via incentivos fiscais, e apesar das fraudes e plantações mal sucedidas, houve grande expansão das áreas reflorestadas predominando monoculturas de pinus e eucalipto.
Hoje esse cenário continua. A maior parte do reflorestamento ocorre por florestas plantadas, predominando o eucalipto (70,8%) e o pinus (22%). Outras espécies (7,2%) como acácia, seringueira, paricá, teca e pópulus, por exemplo, também são usadas, mas em quantidades muito inferiores.

Os principais ?reflorestadores? são empresas de papel e celulose e siderúrgicas que utilizam essas árvores para produção de produtos. Depois de cerca de sete anos as árvores de eucalipto já estão prontas para serem colhidas. As árvores são usadas principalmente para produção de papel, celulose, painéis industrializados e carvão vegetal. O clima e o solo do Brasil favorecem o crescimento dessas espécies, transformando o país em um dos maiores produtores de produtos de reflorestamento do mundo.
Algumas áreas reflorestadas são destinadas à captação dos gases efeito estufa para comercializá-los no mercado de carbono. Os compradores geralmente são empresas ou governos de países desenvolvidos que necessitam alcançar valores de redução de emissão dos gases (por exemplo, o estipulado no Protocolo de Quioto).
Florestas para fins ecológicos
O reflorestamento de vegetação nativa tem como objetivo a restauração ecológica, ou seja, é uma intervenção por meio do plantio de espécies nativas para recompor um ecossistema. O reflorestamento é importante para proteger e recuperar os serviços ecossistêmicos da região, lembrando que ainda não é possível refazer um ecossistema idêntico ao original (saiba mais aqui). Outro termo existente é a recomposição florestal, que é "a compensação do volume de matéria-prima florestal extraído de vegetação natural pelo volume de matéria-prima resultante de plantio florestal para geração de estoque ou recuperação de cobertura florestal", ou seja, é o reflorestamento de mata nativa com o objetivo de repor o que foi desmatado.
Para o plantio, geralmente são escolhidas espécies de acordo com a vegetação natural do local - os casos mais comuns são reflorestamento do bioma da Mata Atlântica e do Cerrado. Também são escolhidas árvores frutíferas e com floração atraente para atrair animais e insetos para realizar a dispersão de sementes. Um fator muito importante para o sucesso do projeto de reflorestamento é a diversidade de espécies por hectare.

Ganham destaque os projetos de revegetação de árvores nativas perto de corpos hídricos, ou mata ciliar, devido aos benefícios sentidos diretamente pela sociedade. A vegetação ajuda a proteger e manter a qualidade da água e assim diminui os gastos com o seu tratamento; é possível que um aumento de 10% da cobertura da mata ciliar traga uma redução de até 47% nos custos de tratamento de água, além de evitar secas extremas e enchentes, pois a vegetação regula a vazão de água liberando quantidades ao longo do ano.


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